11 de abr. de 2011

Massacre em Realengo traz reflexão sobre saúde mental e bullyng

Leia o artigo abaixo e aproveite para fazer um comentário apresentando sua opinião sobre o assunto.

O debate em torno do caso de Realengo nos traz algumas possibilidades de assuntos a serem pautados, como a questão da saúde mental e do bullyng. Infelizmente, as pessoas quando se deparam com o tema saúde mental logo pensam em doença, e não em saúde. Passa uma série de enfermidades, como demência, mania, psicose, depressão, ansiedade, enfim...o que é necessário pontuar que saúde não é sinônimo de doença. Saúde é bem estar e doença é outra coisa que não tem nada a ver com essa proposta. Mas uma coisa é certa: é preciso cuidar da saúde para se prevenir das doenças.

E quando falamos em saúde mental a ideia é focalizar uma mente livre e saudável capaz de responder aos estímulos do dia-dia, propondo ações que nos permite sentir bem no nosso ambiente e consigo mesmo. Pelo o que se viu nos noticiários, o atirador não estava nada bem. Vinha de uma onda de isolamento social e um passado de bullyng que deixaram cicatrizes expostas na alma dele. O fanatismo religioso exposto na carta de despedida já é uma prova deste descompasso. Em contrapartida, o que será da saúde mental dessas crianças e funcionários da escola que passaram por uma experiência tão traumática?

Outro atenuante desse trágico caso de Realengo que merece ser discutido é a questão do bullyng e os efeitos que isso pode causar a curto e longo prazo na vida de uma pessoa. Há um pouco mais de 15 anos atrás não se falava em bullyng nas escolas. O caso era tratado como “crianças bagunceiras” que perseguem “crianças tímidas”. O tímido era incentivado o tempo todo a reagir da mesma agressividade, enquanto o agressor nunca era punido. Todo mundo que era visto como “diferente” virava motivo de piada, recebia agressões e ganhava apelidos nada agradáveis. Os professores faziam vista grossa e os alunos que sofriam bullyng se escondiam detrás do medo. Hoje, alguns educadores estão mais atentos. Porém, é difícil educar quando boa parte dos jovens não tem sequer respeito por eles mesmos. Educar hoje é um trabalho de construção e perseverança diante de tantas adversidades.

Talvez, se o atirador tivesse recebido uma ajuda no momento certo, o caso poderia ter tomado outro rumo. Será? E a questão da maldade, do ato cruel, como é que fica? Seria a maldade uma patologia mental? Infelizmente, a mente humana nos prega peças. A maldade é assustadora de tal maneira que é impossível calcular o que se passa na cabeça de alguém que entra numa escola para fazer mal às crianças que não tinham nada a ver com o problema dele. Aliás, isso me faz pensar o que esse atirador passou de bullyng nessa escola deva ter sido algo muito forte a ponto dele planejar uma volta tão cruel. Porque matar apenas as meninas? A rejeição foi tão grande assim a ponto de provocar esse surto? Será que a humanidade tem jeito? Sim, tem. Tem que ter! Só de já debatermos o assunto e colocar a cabeça para pensar sobre isso já é algo transformador e que ajuda a colocar uma gota de esperança.

Por: Wander Veroni

Um comentário:

Unknown disse...

Sempre reflito sobre a realidade pela qual passamos. Fico analisando os verdadeiros significados escondidos nas atitudes expressadas neste tipo de terror. Numa ínfima conclusão digo que estamos vivenciando uma época jamais vista na história da humanidade. Os valores estão cada vez mais banalizados. O que adianta os grandes avanços por meio das novas tecnologias se há um retrocesso na mente humana e como consequências dessa regressão, surgem as guerras que são travadas em nome do poder e principalmente a grande deficiência moral, política,espiritual e acima de tudo social ?